Sobre a importância da preparação para o parto nos dias que correm, um excerto de um intereressante texto do Dr.Emílio Santos, obstetra espanhol, percursosr do parto natural e na água com clínica em Madrid.
“O corpo da mulher está construído para parir de forma natural, foi desenhado ao longo de centenas de milhares de anos para o fazer, e uma mulher que se permita confiar no seu corpo e nos seus próprios ritmos é um ser poderoso. Parir de forma natural é o melhor para a mãe e bebé.
Porém, hoje em dia na nossa sociedade, desde tenra idade que as mulheres aprenderam a não ouvir nem confiar nos seus instintos, e muito menos imaginar que dar à luz pode ser um momento gratificante. Por isso, a maioria das mulheres precisa de uma preparação para o parto, pois não estão adequadamente preparadas para ele.
Precisam reaprender as habilidades que lhes permitam dar à luz por si próprias – basicamente a habilidade de escutar e confiar no seu corpo e de serem elas próprias a guiar o seu proprio parto.
Muitas mulheres buscam um parto digno e natural. Porém a maior parte não está preparadas física, emocional e psicologicamente para um parto de baixa intervenção nem para a possibilidade de complicações. São muitas vezes mulheres ques idealizaram um tipo de parto e acabam tomando a epidural porque não estão preparadas para o processo, por vezes tão longo e tão duro, ou terminam na indução porque não têm contracções.
Pensam que ler como preparação é suficiente.
As mulheres estão de facto capacitadas para parir, porém têm de desaprender primeiro o que a nossa cultura e repressão social transmite erroneamente sobre o parto.
É necessario fazer uma preparação porque não conhecemos e não estamos conectadas com os nossos corpos, e temos muitos medos que vão aflorar no momento do parto.
E dificultá-lo.
Hoje em dia, o parto natural não é o parto das nossas mães, medicalizado mas sem epidural, em muitos casos um parto com dor e sofrimento.
Nem sequer é o parto das nossas avós nem tetravós, não medicalizado porém, obstruído por conceitos éticos que as obrigavam a estar numa cama tapadas de cima abaixo também com dor e sofrimento. Este tipo de parto não é o natural e já passou à história, na realidade há milenios que o parto deixou de ser natural.
O parto natural é uma experiência que incrementa a auto-estima e a auto-confiança. É uma experiência que a mulher desfrutará de recordar uma e outra vez, desfrutará de contar às suas amigas e familiares. Um parto natural é descobrir em si mesma uma potência que nunca suspeitou que poderia ter!
O parto é uma viajem, uma transição, uma travessia que num dado momento cada mulher deve realizar sozinha.
Por muito acompanhada e apoiada que esteja, há sempre um ponto em que és tu e a tua dor, tu frente aos teus medos, tu frente à tua vontade de escapar, tu frente à tua dificuldade em deixar-te levar, para deixar de controlar, para abandonar-te e confiar.
Sim, o parto é uma iniciação interna. Se o vives verdadeiramente e o compreendes, a aprendizagem servir-te-á para toda a vida, para todas as crises, pois como na vida as contracções sempre vão e veêm...
As mulheres deviam ouvir outros relatos de parto e estar preparadas para saber que haverá um momento crítico no parto, em que os seus medos saírão e que devem pensar de antemão como os enfrentar então e que tipo de ajuda sentem que funcionará nessa altura. Preparar-se.
Para mim, o parto é como uma dura ascensão de alta montanha, pelo menos o primeiro, porque é então que deixamos de ser filhas para ser mães, é uma transição imensa!
E por tudo isso, o livro que mais gosto e que faz diferença na preparação para o parto é BIRTHING FROM WITHIN, dar à luz a partir de dentro(...)”
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